De acordo com dados divulgados pelo programa “Vinhos do Brasil”, criado pelo Ibravin em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a área de produção vitivinícola no Brasil soma 83,7 mil hectares, divididos em seis regiões: Serra Gaúcha, Campanha, Serra do Sudeste e Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul; Planalto Catarinense, em Santa Catarina; e Vale do São Francisco, no Nordeste. São mais de 1,1 mil vinícolas espalhadas pelo país, a maioria instalada em pequenas propriedades, com média de dois hectares por família.
Ainda que o vinho estrangeiro continue sendo muito valorizado – e sempre o será, não há como negar que a indústria vitivinícola no Brasil evolui a passos largos. Já temos títulos premiados, marcas reconhecidas internacionalmente e vinhedos de estrutura cuidadosa surgem a cada dia, em pequenas e médias propriedades que já seguem os mesmos padrões de qualidade adotados nos melhores vinhedos do mundo. Empreendedores que têm investido forte em pesquisas geológica e climática, para produzirem uvas perfeitas quanto ao sabor, coloração, acidez, açúcares e outros elementos tão importantes para a produção de um bom vinho.
Notícias recentes também demonstram o empenho do setor em conquistar um maior número de consumidores no mercado interno. Há uma crescente participação dos produtores de vinho brasileiros em eventos de gastronomia, que querem estar aptos a atender com qualidade a demanda de um consumidor que vai se tornando mais exigente à medida que amplia suas opções de compra na gôndola. Temos ainda a perspectiva de um grande volume de turistas internacionais para os próximos anos, por conta dos grandes eventos esportivos.
Como qualquer processo produtivo, no entanto, a rigorosa atenção aos desperdícios, às perdas produtivas e uma gestão competente de cada etapa pode ser determinante do sucesso de um negócio. Quanto mais enxuta uma estrutura, maior sua necessidade de procedimentos que possam controlar a capacidade produtiva, a cadeia com fornecedores, administração de estoques e demais sistemas.
Bons exemplos e resultados efetivos
Na Europa, alguns vinhedos e produtores já descobriram o quanto é importante combater o desperdício em suas operações, para tornarem-se mais rentáveis. O Kaizen Institute Portugal, em parceria com consultores brasileiros do Kaizen Brasil, estão trabalhando na melhoria de processos do Aveleda, um dos maiores produtores de vinho portugueses, por exemplo.
Um programa como este é capaz de aumentar a eficiência nas linhas de produção de uma vinícola em até 20% e reduzir o excedente de estoques na ordem dos 30%. Além disso, o projeto também acaba por diminuir em 10% os consumos de energia, água e gás, contribuindo para a redução de custos e para a sustentabilidade ambiental da empresa neste segmento.
Brasil tem forte potencial nesse segmento
No Brasil a perspectiva para o setor, neste ano de 2012, são bastante otimistas. No começo do ano, o governo anunciou medidas de proteção para conter as crescentes importações de vinho e, com a boa safra de uvas projetada pelos agricultores para este ano, tudo indica que o vinho nacional poderá conquistar bom espaço entre os consumidores dentro e fora do país.
Com boa gestão e um programa que priorize a redução dos desperdícios e das perdas, o setor terá mais chances de vencer a competitividade externa e aproveitar o bom momento.
Autor: Ruy Cortez de Oliveira é Diretor do Kaizen Institute Consulting Group – Brasil
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